A vida começa mesmo aos 40? Nesse livro, o autor, com uma visão larga e profunda, passa por importantes estágios da existência, como nascimento, primeira infância, aquisição da língua, escola, adolescência e boa parte da idade adulta. Em cada poema, um estágio da vida e muitas de suas inúmeras experiências. Identificação, reconhecimento e indagação fazem repensar a existência e estão inclusas no processo, não só de Maffei, mas de quem se depara com seus poemas. Parâmetros BNCC(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários (a apreensão pessoal do cotidiano nas crônicas, a manifestação livre e subjetiva do eu lírico diante do mundo nos poemas, a múltipla perspectiva da vida humana e social dos romances, a dimensão política e social de textos da literatura marginal e da periferia etc.) para experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.(EM13LP01) Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações. A vida começa mesmo aos 40? Quem levanta a reflexão para essa e muitas outras questões a respeito de uma das idades mais simbólicas do ser humano é o escritor e poeta Luis Maffei, que, no ano de seus 40 anos, escreveu 41 poemas, um para cada ano de sua vida, convidando os leitores a repensar suas existências. O livro sucede Signos de Camões, até agora principal realização poética de Maffei. Em 40, o autor, com uma visão larga e profunda, passa por importantes estágios da existência, como nascimento, primeira infância, aquisição da língua, escola, adolescência e boa parte da idade adulta. Em cada poema, um estágio da vida e muitas de suas inúmeras experiências. Identificação, reconhecimento e indagação fazem repensar a existência e estão inclusas no processo, não só de Maffei, mas de quem se depara com seus poemas. O livro sai do ano de 1974 e chega a 2014 trazendo, poema a poema, não apenas uma trajetória de vida, mas uma trajetória poética – a autobiografia é inevitável, e a memória que se constrói só há em partilha. Além disso, passeia por momentos históricos e datas festivas, com destaque para o Carnaval, período que marca a ocasião do nascimento do autor e, consequentemente, de seus aniversários, como é possível encontrar nos poemas “1974”, “1978”, “1992” e “2003”. O Carnaval acaba por ser uma metáfora forte do livro, assim como o incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido dias antes do nascimento do poeta: vida e morte, festa e tragédia, de braços dados. Neste conjunto orgânico, é possível ter contato com muitas maneiras de a poesia se constituir. A já conhecida maestria formal do autor, que explora e inova a sextina, o soneto e outras formas fixas, não ignora a potência do verso livre e, em certos poemas, uma experimentação que toca limites radicais.
Sobre os autores(as)
Ferraz, Roberta
Graduada em Letras/ Português pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP 2004) e História pela Universidade de São Paulo (USP/SP 2007). É mestre em Literatura Portuguesa, pela USP/SP, tendo defendido a dissertação "Entre Douro-e-Mundo: mito e literatura na revista Nova Renascença" (2008) e doutora em Literatura Portuguesa, com tese defendida sobre Teixeira de Pascoaes: "Teixeira de Pascoaes revisitado, um ensaio sobre literatura e ausência" (USP/2016). Integra o grupo de estudos NELLPE/USP (Núcleo de Estudos das Literaturas de Língua Portuguesa e Ética) e também o laboratório LEPEM/USP (Laboratório de Estudos de Poéticas e Ética na Modernidade). Fundou e coordenou, entre 2009 e 2010, o Espaço Maranus - cursos e astrologia. Ministrou aulas de literatura no Instituto Figueiredo Ferraz (IFF). Autora de livro de contos literários "Desfiladeiro" (Ed. Nativa, 2003); do livro de poesia "lacrimatórios, enócoas" (ed. Oficina Raquel, 2009), livro vencedor do Programa Nascente (USP) de 2007; do livro "Dioniso e Ariadne" (2010, edição do autor); do livro "fio, fenda, falésia" (2010, edição de autor) escrito em parceria com Érica Zíngano e Renata Huber, com apoio do ProAc 2009 | Secretaria da Cultura do Estado de SP; de uma nova versão, totalmente reescrita, de "desfiladeiro" (ed. Oficina Raquel, 2011) e de "Saturação de Saturno" (ed. Oficina Raquel, 2013). |
Maffei, Luis
Poeta e professor de Literatura Portuguesa da UFF, nasceu em Brasília (1974) e vive noRio de Janeiro desde cedo. É pai de Ingmar (1994) e Dioniso (2011), com quem militaem casa e nas ruas – com o último, já correu da polícia, de braço com a companheiraEvelyn. Entre os diversos livros de poesia já publicados estão Signos de Camões (2012,Companhia das Ilhas, Portugal/ 2013, Oficina Raquel) e Vista de Olímpia (7Letras, 2016), entre o Rio 2016 e o Golpe. |