Cultura de Massas no Século XX – O Espírito do Tempo, de Edgar Morin, divide-se em duas partes, reunidas em um único volume nesta 11ª edição.A primeira, reformulada pelo autor e chamada Neurose, abrange os anos 1960-65 e analisa as consequências sociais, psicológicas e espirituais do impacto da Tierce Culture ou da mass culture nos aglomerados sociais, focalizando os mitos que, produzidos industrialmente, condicionam os valores existenciais do público consumidor: os prazeres, a felicidade e o amor, entre outros. O termo neurose é aqui empregado não somente no sentido de um mal do espírito, mas de um compromisso entre esse mal e a realidade, compromisso firmado e pago por meio de fantasias, mitos, ritos, sem que seja suprimida a origem do mal.No entanto, a crescente influência da cultura de massas na vida cotidiana, nos lares, na vida conjugal, na família, deu origem à transformação da mitologia da felicidade numa problemática da felicidade. Sedes de movimentos de underground, de “contracultura”, ou mesmo de “revolução cultural”, começam a surgir, à margem da cultura de consumo, penetrando-a, irrigando-a, modificando-a.Emergindo inicialmente na forma de pequenas perturbações e dificuldades, uma verdadeira crise cultural eclode nos anos 1965-75, provocando, por sua vez, profunda crise social. É desse período que trata a segunda parte, Necrose.A própria noção de cultura de massas torna-se problemática, passando a exigir não só uma ampliação de sua primeira definição, como também novas bases metodológicas e epistemológicas para seu estudo, visto que uma verdadeira necrose operou-se no organismo cultural de nossa sociedade ocidental. Necrose no sentido de decomposição de um órgão que pertence a um organismo ainda vivo.Segundo o autor, se a neurose propõe um passeio pelas avenidas da cultura de massas, a necrose convida aos preparativos de uma longa viagem de destino ainda ignorado, que constitui um delirante desafio às disposições epistemológicas do leitor.NEUROSEA cultura de massas, durante os anos 1960-65, estendendo seus poderes sobre o mundo ocidental, produz industrialmente os mitos condicionadores da integração do público consumidor à realidade social. Neurose tem aqui não somente o sentido de um mal do espírito, mas de um compromisso entre esse mal e a realidade, por meio de fantasias, de mitos e de ritos.NECROSEDesenvolvimento dos temas apresentados na primeira parte do livro (Neurose), por meio do exame das perturbações e crises que estouraram nos anos 1965-75.A problematização da cultura de massas conduz à problemática da revolução cultural; a crise da cultura conduz à crise da sociedade. Necrose ou decomposição de um órgão num organismo ainda vivo. Eis o que provocou a crise da cultura durante os anos 1965-75 na sociedade ocidental.
Sobre o autor(a)
Morin, Edgar
Edgar Morin nasceu em Paris em 1921. Filho de judeus espanhóis, sua adolescência foi marcada pela ascensão do nazismo, pelos processos de Moscou e pela marcha em direção à guerra. Aos vinte, durante a ocupação de Paris pelos nazistas, adere ao Partido Comunista – do qual seria expulso em 1951 por suas posições antistalinistas – e à Resistência Francesa. Após a guerra, entra para o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), o maior órgão público de pesquisa científica da França e uma das mais importantes instituições de pesquisa do mundo. Formado em Direito, História e Geografia é autor de inúmeras obras de Filosofia e Sociologia, como A cabeça bem-feita, Ciência com consciência e Amor, poesia, sabedoria, entre outros publicados pela Bertrand Brasil. |
ISBN | 9788530977177 |
Autor(a) | Morin, Edgar (Autor) |
Editora | Forense Universitária |
Idioma | Português |
Edição | 11 |
Ano de edição | 2018 |
Páginas | 456 |
Acabamento | Brochura |
Dimensões | 21,00 X 14,00 |