Morte E Vida Severina

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Os poemas escolhidos para integrar esta coletânea desnudam os elementos fundamentais da obra de João Cabral de Melo Neto. Morte e Vida Severina (1954-55), poema que dá nome ao livro, é a obra mais popular de João Cabral e aborda o tema da seca nordestina, dando voz aos retirantes que fazem o duro percurso entre o rio Capibaribe e Recife. O poema O rio também retrata o universo árido às margens do rio Capibaribe, mas dá voz a ele próprio como condutor da narrativa. Engenhos de cana-de-açúcar, usinas, retirantes e trabalhadores são retratados na velocidade do correr das águas. Em Paisagens com figuras (1955), João Cabral sintetiza em palavras uma de suas principais características, que é o hibridismo de linguagens. Mesclando descrições de imagens de Pernambuco, com paisagens da Espanha, o poeta desfila toda sua expressividade onírica. Por fim, Uma faca sem lâmina (1955), trata do desafio da composição poética, que ele ilustra numa faca sem bainha, que corta o poeta por dentro.
Sobre o autor(a)

Neto, João Cabral De Melo

João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 9 de janeiro de 1920. Filho e neto de donos de engenho passou quase toda sua infância nos engenhos da família. Estudou na cidade do Recife e desde cedo apresentava interesse pela leitura. Tinha como primos Gilberto Freire e Manuel Bandeira. Em 1942 mudou-se para o Rio de Janeiro levando consigo seu primeiro livro “Pedra do Reino” (1942), uma coletânea de poemas onde predominava aspectos surrealistas e anti-retóricos. Entre 1943 e 1944 trabalha como funcionário público. Em 1945 publica seu segundo livro “O Engenheiro”, quando se afasta da linha surrealista e introduz nos versos o rigor semântico. Nesse mesmo ano, ingressa no Itamarati, através de concurso público. Passa a viver em várias cidades, entre elas: Barcelona, Londres, Sevilha, Genebra e Berna. A partir de “Cão Sem Pluma” (1950), seguido de “O Rio” (1954), “Quaderna” (1960), “Morte e Vida Severina” (1965), passa a abordar temas sociais. “Morte e Vida Severina” é a obra mais conhecida de João Cabral e a responsável por sua popularidade. Trata-se de um auto de Natal que persegue as tradições dos autos medievais, fazendo uso de redondilhas, do ritmo e da musicalidade, próprios do gosto popular. Foi levada aos palcos brasileiros em 1966 e musicada por Chico Buarque. João Cabral de Melo Neto ganhou diversos prêmios, entre eles: o Prêmio José de Anchieta, de poesia, do 4.º Centenário de São Paulo, o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras; o Prêmio de Poesia do Instituto Nacional do Livro e o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. João Cabral faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro de 1999.
ISBN 9788560281329
Autor(a) Neto, João Cabral De Melo (Autor)
Editora Alfaguara Do Brasil
Idioma Português
Edição 1
Ano de edição 2007
Páginas 176
Acabamento Brochura
Dimensões 23,40 X 15,00

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